segunda-feira, 9 de março de 2009
Magia
A magia é uma força neutra que em si não é boa nem má. A direção do bem ou do mal é determinada pelo praticante. Entretanto, como o carma retorna por três vezes para todas as pessoas pelos seus atos nesta vida, seria atitude de autodestruição para qualquer Bruxo ou mago utilizar a magia para causar danos a alguém.
Como uma ferramenta da Arte Wicca, a forma antiga da palavra "magick" (em inglês, com k no final) é usada muitas vezes pelos Bruxos para distingui-la de "magic", que não pertence à Arte, mas sim ao teatro, ao truque com as mãos e à ilusão.
A magia (magick) é uma ferramenta poderosa. É parte importante da Wicca, embora secundária na adoração à Deusa e ao Deus. Deve ser usada de maneira sábia, cautelosa e somente de maneira positiva. A magia é algo muito sério e nunca deverá ser abusada ou tratada como um jogo de salão ou brincadeira. Nunca deve ser utilizada para manipular a vontade ou as emoções de outra pessoa, e deve ser mantido sempre em mente o conselho wiccano: SEM PREJUDICAR NINGUÉM, REALIZE A SUA VONTADE.
Assim como existem várias tradições wiccanas diferentes, a magia também assume várias formas. Existe a magia cerimonial, a magia cabalística, a magia dos nativos americanos (também conhecida como xamanismo), o Vudu e muitas outras. A escolha da forma (ou formas) correta da magia a ser praticada depende somente da preferência pessoal do Bruxo e/ou da tradição wiccana, embora vários Bruxos escolham praticar a magia folclórica de influência européia.
A lua e cada uma de suas fases são a parte mais essencial da magia, sendo extremamente importante que os encantamentos e os rituais sejam realizados durante a fase lunar apropriada. A lua crescente (período entre a lua nova durante o primeiro quarto até a lua cheia) é o momento apropriado para realizar a magia positiva e os encantamentos que aumentem o amor, a sorte, o desejo sexual e a riqueza. A lua cheia aumenta a percepção extra-sensorial e é o momento ideal para realizar as invocações à Deusa lunar, os rituais de fertilidade e encantamentos que aumentem as habilidades psíquicas e sonhos proféticos. A lua minguante (época entre a lua cheia durante o último quarto até a lua nova) é o momento apropriado para realizar a magia destrutiva, os encantamentos negativos e feitiços que retirem as maldições, para terminar maus relacionamentos, reverter encantamentos de amor e afrodisíacos, acabar com maus hábitos e diminuir febres, dores e doenças.
Resumindo, para realizar magia bem-sucedida deve-se estar em harmonia com as leis da Natureza e com a psiquê. é importante possuir conhecimento mágico, corpo e mente saudáveis e capacidade de aceitar a responsabilidade pelas suas próprias ações. é impossível obter magicamente resultados positivos se o seu nível de energia estiver baixo ou se o seu corpo estiver contaminado por drogas prejudiciais e/ou quantidades excessivas de álcool. Deve-se trabalhar durante a fase lunar apropriada, com convicção, concentração e visualização do resultado final.
Fonte: 'Wicca - A Feitiçaria Moderna', de Gerina Dunwich
quarta-feira, 4 de março de 2009
Druidismo
Outros dizem significar Homens do carvalho, pois os druidas veneravam esta árvore e dela extraíam o visco, importante para cura de doenças, rituais, etc. Acredita-se que, quando os celtas se organizaram e se desenvolveram, encontraram sábios de uma religião dos primitivos povos daquela região e os incorporaram à sua cultura. Fica, porém, a pergunta: que povo foi esse? Se analisarmos as lendas e mitos celtas elas nos dizem que esses sábios vieram das ilhas do norte do mundo, trazidos pelo povo da deusa Dana, o povo divino, envolto por brumas de origem mágica. Segundo a tradição esotérica, os druidas vieram da região Hiperbória, localizada no Círculo Ártico que fazia parte da Atlântida. Com as diversas eras glaciais esse povo migrou para o sul abrangendo toda a região das Gálias (França, Bélgica, Espanha, Portugal e posteriormente as Ilhas Britânicas e Irlanda. Os povos que lá viviam os respeitaram, chamando-os de Semnothées ou adoradores do DEUS Único. O druidismo chega então ao seu auge quando a civilização celta beneficiada e encantada com o valor dos druidas, adotou-os como seus mestres e orientadores.
Os druidas e druidesas formavam a classe mais importante na sociedade celta, pois esta era uma sociedade onde tudo se articulava em volta do sagrado. Os druidas estudavam muitos anos (cerca de 20 anos) e as crianças já eram, desde cedo, entregues à suas escolas onde passavam por um aprendizado difícil e rígido. Na realidade havia especializações entre os druidas de acordo com a sua vocação.Basicamente temos três tipos: os druidas ou druidesas que formavam a classe profissional: eram os professores, matemáticos, astrônomos, filósofos, cientistas, juristas e os médicos que eram encarregados não só da cura das doenças como da preservação do bem estar físico e psíquico do povo. Além disso, também assumiam funções que hoje em dia chamaríamos de sacerdotes encarregados de realizar os ritos, as festas, a sagração do rei, etc. Os druidas - vates eram especializados nas advinhações, conversas com os ancestrais e profecias do futuro e os Bardos - "os guardiões das Tradições", das artes, da memória das tribos... enfim, eram encarregados de preservar toda a sabedoria sagrada do mundo. Como vimos não podemos chamar os druidas de sacerdotes no sentido comum tão múltiplas eram suas funções embora uma coisa seja certa: nenhuma dessas funções era desligada do conceito do sagrado.
Crenças dos Druidas
O druidismo era monoteísta ao contrário do que sempre se ensinou. Era o DIS-PATER (o deus dos céus), o grande deus que deu origem ao mundo.Havia, entretanto, cerca de 300 divindades locais que na maioria dos casos era a mesma divindade com vários nomes dependendo da região; eram os responsáveis pela colheita, o lar, etc. A magia entre os celtas era uma prática fundamental e importante. Não tomemos magia no sentido pejorativo que se deu posteriormente. No druidismo ela tem um sentido de uma arte ou ciência oculta que, através de ritos executados por pessoas de conhecimento, traziam benefícios ao Homem. Este, aliás, é o real sentido da magia que reside em, nada mais nada menos, na compreensão e entendimento das forças da natureza usadas em benefício do homem É uma ligação entre o visível e o invisível, a ciência e a arte parte de uma sabedoria antiga e mantida através dos iniciados.A magia que nos chegou dos celtas foi pouca, entretanto, e ficou restrita a alguns guardiões da Tradição. A mais conhecida delas é a alquimia vegetal. Das plantas os druidas preparavam elixires, chás, misturas que conferiam principalmente saúde ou os preparavam para estados de transe que permitiam aumentar o nível de consciência. Das árvores eles também aumentavam a força e o vigor, abraçando-as. Sem dúvida o visco, extraído do carvalho, como já nos referimos, é o mais importante, pois curava a infertilidade dos animais e era um antídoto contra todos os venenos. Para recolher o visco havia um grande cerimonial druídico sempre seguindo as influências lunares. A lua foi reverenciada, simbolizando a Grande Deusa. Os celtas acreditavam na continuação da vida após a morte onde poderiam habitar as ilhas longínquas, envoltas em bruma, um verdadeiro paraíso. Também podiam voltar e encarnar em outro corpo. Reverenciavam do corpo humano, a cabeça, guardando o crânio dos mortos, pois acreditavam que nesta residia à alma imortal. Este fato gerou uma série de concepções erradas, pois, em túmulos e monumentos, foram encontrados crânios humanos que foram associados a sacrifícios humanos. Os celtas não construíram certos monumentos como Stonehenge, por exemplo. Pesquisas modernas provam que estas construções existiam muito antes dos celtas embora eles os usassem para rituais e observatórios astronômicos. A história ignora quem possa ter construído tais monumentos, mas os Iniciados afirmam que foram os druidas antes da chegada da civilização celta e que transportaram as pedras com a força mental. Dada à sua grande ligação com a natureza, os celtas cultuavam os elementais e tinham grande crença no mundo das fadas.
Rituais
Os rituais celtas eram realizados ao ar livre, em locais sagrados, sempre seguindo a roda do ano celta, pois seguiam os eventos naturais do ano. O calendário era lunar e associado aos eventos normais da natureza como os solstícios, equinócios e estações do ano. O início do dia era contado a partir do por do sol. Eram oito os principais rituais dos quais citaremos os quatro mais importantes:
SAMHAIM (atual HALLOWEEN) - a festa do ano novo, começando ao por do sol de 31 de outubro (outono no hemisfério norte). Era dedicada aos ancestrais e simbolizava a afirmação da vida. Era a noite da aproximação entre este mundo e o outro.
IMBOLC - celebrado a 1° de fevereiro; era a celebração da primavera e do início do plantio.
BELTANE - 1°de maio, o dia da vida e da escolha dos casamentos.
LUGHNASSADH - 1°de agosto, era o tempo das colheitas.
Os demais correspondiam ao solstício do inverno (YULE), equinócio da primavera, solstício do verão (período de grande contato com as fadas e os elfos) e o equinócio de outono.
Lendas e Mitos
Há uma enorme variedade de lendas e mitos celtas, pois foi através dessas lendas que nos chegou um maior conhecimento da filosofia celta. Seria impossível descrever todas essas lendas neste texto, pois daria um enorme livro.Só vou salientar algumas:
Os celtas diziam ter-se originado da deusa DANA que gerou a raça dos Thuata Dé Dánann, um povo que veio das brumas que envolviam as colinas distantes e para lá retornou após derrotar os gigantes que habitavam a região, os Fomoire. Daí desenvolveu-se a civilização celta. Os bardos ensinavam TRÊS grandes verdades: Deus, a verdade e o círculo de Gwynvyd. Para se atingir esse círculo, deve-se ter previamente experimentado todas as coisas e derrubado todas as limitações que prendem à vida física. Devemos reter o conhecimento das experiências anteriores, mas estas experiências, essas lembranças vêm à tona sem a carga de emoções, portanto sem dor ou sofrimento. É sempre assim a filosofia celta, aberta e alegre. Em quase todas as lendas o elemento de transformação está no símbolo do caldeirão.
Ele é o elemento de transformação seja espiritual seja física e pode conceder abundância, declínio, sabedoria, conhecimento e inspiração. Na lenda Ceridwenn, ela faz uma poção mágica para seu filho que deveria obter a sabedoria ao ingerir a poção. É Gyon, entretanto quem a toma, acidentalmente. Ceridwenn se enfurece e sai em sua perseguição. Por fim consegue engolí-lo sob a forma de grão que, fecundado, dá origem a Taliesin, o grande bardo. Ao bardo Taliesin atribuem-se um grande número de baladas e histórias. Uma delas conta que vários aventureiros desceram ao reino de ANNWN que é o submundo gaulês, a morada dos mortos. Esses aventureiros pretendiam se apossar do caldeirão de Pwyll (o grande senhor de Annwn). Este senhor mora no castelo dos quatro cantos. Simbolicamente os quatro cantos representam os quatro elementos da criação existindo em harmonia estável. Só os fortes se aproximavam pois os fracos podiam morrer. O caldeirão foi achado no centro de um quarto quadrado onde havia uma espiral (a espiral é o símbolo da morte e do renascimento). Esse caldeirão, provavelmente, é à base do Santo Graal, ou seja, o símbolo da iluminação e transformação espiritual. Existem ainda as conhecidas lendas do rei Artur e do mago Merlin que já vão surgir nos romances de cavalaria da Idade Média. Seria de todo impossível resumi-las em um único texto embora haja extensa literatura para os interessados em conhecê-las.
O Novo Druidismo
Após a invasão romana e a chegada do cristianismo, os druidas foram persuadidos a se converter ao cristianismo. Aqueles que se recusavam eram submetidos a intensas perseguições, torturas e mortes. Esses antigos druidas refugiaram-se nos mosteiros cristãos, particularmente na Irlanda, tornaram-se monges copistas e é graças a eles que o conhecimento secreto dos druidas foi mantido pois esses monges escreveram as suas tradições sob a forma de lendas e mitos que foram terminadas apenas no século XI. Por outro lado, é também graças a esses antigos druidas que mantivemos toda a cultura greco-romana intacta enquanto o resto da Europa se mantinha na escuridão da ignorância. Assim, oficialmente como monges, os druidas praticavam seus rituais e transmitiam seus ensinamentos ocultos oralmente e em segredo para que não caíssem em mãos erradas. Por outro lado, o druidismo oficial foi praticamente extinto em toda a Europa embora aparentemente tenha se conservado, em grande segredo, na maior parte das Ilhas Britânicas. Há também evidências de que o druidismo bem como outras religiões ditas pagãs sobreviveram em áreas isoladas da Estônia, Latvia e Lituânia até o nosso século. O conhecimento druídico ficou oculto na Arquitetura. Podemos ver vários símbolos druídicos nas grandes catedrais góticas européias. Dos mosteiros, a tradição druídica foi mantida pelos templários e, posteriormente pela franco-maçonaria. Após um longo período na obscuridade, o druidismo começa a sobreviver novamente quando, em 1717, o irlandês John Toland cria a "Druid order" e, pouco depois, em 1781, Henry Hurley, na Inglaterra, funda outra corrente a "Ancient Order of Druids" que posteriormente se subdividiu em diversas correntes, mas sempre sob a forma de seitas esotéricas que permaneciam em segredo. Finalmente, a partir principalmente da segunda década do século passado, o druidismo é amplamente praticado havendo várias ordens e grupos que ensinam e praticam os ideais druídicos em várias partes do mundo inclusive no Brasil, onde existe o Colégio Druídico do Brasil, em Niterói, estado do Rio de janeiro.
Considerações Finais
É preciso salientar que, apesar da grande importância que o druidismo vem tomando, poucos são os que sabem avaliar a profundidade desta filosofia. A compreensão do druidismo exige um desenvolvimento interior para que possamos entender toda a profundidade de sua mensagem. A formação de um druida é, e sempre foi, longa e árdua, exigindo grande dedicação. Se o discípulo está pronto, porém, valem todos os esforços, pois o druidismo é bem mais que uma religião ou uma filosofia - é um modo de viver.
Inquisição
A caça às bruxas
Será que você sabe o que aconteceu com os praticantes da bruxaria no passado?
Retiramos trechos de dois livros, talvez já conhecidos por vc, um livro: "Wicca, a feitiçaria moderna" e o outro: "A dancça cósmica das Feiticeiras", para que tenha um pequeno conhecimento sobre a perseguição contra os pagãos.
"... Após a Igreja Católica ter sido formada e haver adquirido poder, os costumes dos Pagãos foram vistos como uma ameaça ao sistema religioso recentemente estabelecido e a adoração dos Deuses da religião Antiga, foi banida. Os antigos festivais foram superados pelos novos feriados religiosos da Igreja, e os antigos Deuses da Natureza e da Fertilidade, transformados em terríveis e maléficos demônios e diabos. A igreja patriarcal chegou até a transformar várias Deusas pagãs em diabos masculinos e maus, não somente para corromper deidades da Religião Antiga, como, também para apagar o fato de o aspecto feminino ter sido objeto de adoração.
No ano de 1233, o Papa Gregório IX, instituiu o Tribunal Católico Romano, conhecido como Inquisição, numa tentativa de terminar com a heresia. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXIII) declarou oficialmente que a Bruxaria, e a Antiga Religião dos Pagãos constituíam um movimento e uma "ameaça hostil" ao Cristianismo. Os bruxos tornaram-se heréticos e a perseguição contra todos os Pagãos, espalhou-se como fogo selvagem por toda a Europa. É interessante notar que, antes de uma pessoa ser considerada herética, ela tem, primeiro, que ser cristã, e os Pagãos nunca foram cristãos. Eles sempre foram Pagãos.
Os Bruxos (junto com um número incalculável de homens, mulheres e crianças inocentes, que não eram Bruxos), foram perseguidos, brutalmente torturados, por vezes violados sexualmente ou molestados, e, então, executados pelas autoridades sádicas, sedentas de sangue da Igreja, que ensinavam que seu Deus era um Deus de amor e compaixão. A Bruxaria na Inglaterra tornou-se uma ofensa ilegal no ano de 1541, e, em 1604, foi adotada uma Lei que decretou a pena capital para os Bruxos e Pagãos.
Quarenta anos mais tarde, as 13 colônias na América do Norte, decretaram também a pena de morte para o "crime de bruxaria". No final do século XVII, os seguidores que permaneciam leais à Religião Antiga, viviam escondidos, e a Bruxaria tornou-se uma Religião subterrânea secreta após uma estimativa de um milhão de pessoas ter sido levados à morte na Europa e mais de trinta condenados em Salem, Massachusetts, em nome do cristianismo.
Embora os infames julgamentos das Bruxas de Salem, em 1692, sejam os mais conhecidos e bem documentados na história dos Estados Unidos da América, o primeiro enforcamento de um Bruxo na Nova Inglaterra realmente aconteceu em Connecticut, em 1647, 45 anos antes que a história contra a Bruxaria se abatesse na Vila de Salem. Ocorreram outras execuções pré-Salem, em Providence, Rhode Island, em 1622. O método mais popular de extermínio dos Bruxos na Nova Inglaterra era a forca. Na Europa,, a fogueira. Outros métodos incluíam a prensagem até a morte, o afogamento, a decapitação e o esquartejamento.
Durante 260 anos, após a última execução de um Bruxo, os seguidores da Religião Antiga mantiveram suas práticas pagãs ocultas nas sombras do segredo e, somente após as Leis contra a Bruxaria terem sido finalmente revogadas na Inglaterra, foi que os Bruxos e Pagãos, em 1951, oficialmente saíram do quarto das vassouras..."
Star Hawk, em seu livro “A Dança Cósmica das Feiticeiras” nos traz:
"... O cristianismo, em seus primórdios, trouxe poucas mudanças. Os camponeses viam na história de Cristo somente uma versão nova de suas próprias lendas antigas sobre a Deusa Mãe e sua Criança Divina, que é sacrificada e nasce novamente. Sacerdotes rurais, com freqüência, comandavam a dança nas assembléias ou grandes festivais." Os covens, que guardam o conhecimento das forças sutis, eram clamados de Wicca ou Wicce, da palavra de raiz anglo-saxã, significando "curar ou moldar". Eram aqueles que podiam moldar o invisível de acordo com suas vontades. Curandeiros, professores, poetas e parteiras eram figuras centrais em todas as comunidades.
A perseguição começou lentamente. Os séculos XII e XIII assistiram ao renascimento de aspectos da Antiga Religião através dos trovadores, que escreviam poemas de amor para a Deusa sob o disfarce de damas da nobreza da época. Catedrais magníficas foram construídas em homenagem a Maria, que havia incorporado vários aspectos da antiga Deusa. A Feitiçaria foi declarada como um ato de heresia e, em 1324, um coven irlandês liderado por Dame Alice Kyteler foi levado a julgamento pelo bispo de Ossory por veneração a um deus não-cristão. Dame Kyteler salvou-se em virtude de sua condição social, mas os seus seguidores foram queimados.
Guerras, cruzadas, pragas e revoltas campesinas assolaram a Europa nos séculos que se seguiram. Joana D'Arc, a "DonzeIa de Orleans", conduziu para a vitória os exércitos da França, mas foi queimada como uma bruxa pelos ingleses. Donzela é um termo de muito respeito em Feit;çaria e foi sugerido que os camponeses franceses amavam tanto Joana D'Arc por ser ela, na verdade, uma líder da Antiga Religião." A estabilidade da Igreja havia sido abalada e o sistema feudal começara a ruir. O universo cristão foi tomado por movimentos messiânicos e revoltas religiosas e a Igreja não podia mais tolerar com tranqüilidade os seus rivais.
Em 1484, a bula papal de Inocêncio VIII liberou o poder da Inquisição contra a Antiga Religião. Com a publicação do Malleu,5 Maleficarum* dos dominicanos Kramer e Sprenger, em 1486, o terreno encontrava-se preparado para um reinado de terror que manteria a Europa em suas garras até a metade do século XVII. A perseguição era direcionada mais intensamente contra as mulheres: de um número estimado em nove milhões de bruxos que foram mortos,80% eram mulheres, incluindo crianças e moças, as quais, acreditava-se, haviam herdado o "mal" de suas mães. O asceticisrijo do cristianismo primitivo, que negava o universo carnal, havia degenerado, em algumas alas da Igreja, em ódio àqueles que traziarn esta sensualidade consigo. A misoginia, o ódio às mulheres, transformou-se em forte elemento no cristianismo medieval. As mulheres, que menstruam e dão à luz, eram identificadas com a sexualidade e, conseqüentemente, com o maléfico. "Toda a bruxaria advém da luxúria carnal, a qual nas mulheres é insaciável", afirmava o Malleus Maleficarum.
O terror era indescritível. Uma vez denunciada por qualquer pessoa, desde um vizinho maldoso até uma criança agitada, a bruxa sob suspeita era repentinamente presa, sem aviso prévio e não lhe era permitido que voltasse para casa. Ela era considerada culpa da até que fosse provada a sua inocência. A prática comum era desnudar a vítima, raspar-lhe os pêlos completamente na esperança de encontrar as "marcas" do diabo, as quais poderiam ser verrugas ou sardas. Com freqüência, a acusada era espetada, em todo o seu corpo, com agulhas compridas e afiadas; acreditava-se que os pontos em que o Diabo houvesse tocado fossem indolores. Na Inglaterra, a "tortura legal" não era permitida, mas os suspeitos eram privados de sono e submetidos a lenta inanidade antes de serem enforcados. No continente, toda atrocidade imaginável era praticada - a roda, os apertadores de polegares, "botas" que quebravam os ossos das pernas, surras terríveis - a lista completa dos horrores da Inquisição. Os acusados eram torturados até que assinassem confissões preparadas pelos inquisidores, até que admitissem as suas ligações com Satã e as práticas obscuras e obscenas, as quais nunca fizeram parte da verdadeira Feitiçaria.
Ainda mais cruel, eram torturados até que dessem os nomes de outras pessoas, até que a cota de treze de um coven estivesse completa. Com a confissão obtinha-se uma morte mais misericordiosa: o estrangulamento antes da fogueira. Suspeitos recalcitrantes, que sustentavam a sua inocência, eram queimados vivos.
Caçadores de bruxas e informantes eram pagos por condenações e muitos consideravam esta uma carreira lucrativa. A instituição médica masculina, em ascensão, acolheu com prazer a chance - Em geral as bruxas são mulheres. A opção pelo gênero pretende incluir os homens e não excluí-los - de eliminar as parteiras e os herbanários dos vilarejos, seus principais concorrentes econômicos. Para outros, os julgamentos de Feiticeiras davam-lhes a oportunidade de se verem livres de "mulheres petulantes" e vizinhos indesejados.
As Feiticeiras afirmam que poucos daqueles que foram julgados à época das fogueiras, na realidade, pertenciam a covens ou eram membros da Arte. As vítimas eram pessoas idosas e senis, mentalmente perturbadas, mulheres cuja aparência era desagradável ou sofriam de alguma deficiência física, beldades locais que machucaram os egos errados por terem rejeitado suas investidas ou que haviam despertado ardente desejo em um padre celibatário ou num homem casado.
Homossexuais e livres-pensadores também eram apanhados nessa mesma rede. Às vezes, centenas de vítimas eram mortas em um só dia. No bispado de Trier, na Alemanha, duas aldeias permaneceram com somente uma mulher cada, após os julgamentos de 1585.
As bruxas e fadas que podiam escaparam para terras longe do alcance da Inquisição..."
domingo, 1 de março de 2009
Instrumentos

Estes são alguns intrumentos utilizados na Wicca. Mas lembre-se: o mais importante nos rituais e encantamentos são a sua intenção, a força do seu pensamento, sua imaginação e concentração para visualizar o seu objetivo. Não são os intrumentos que fazem de você um wiccano.

Sempre que possível, uma bruxa deve ter seu Altar, que deverá ser seu ponto de ligação com os Deuses. Não precisa ser nada complicado ou luxuoso. Tradicionalmente, ele deve ficar ao Norte. Uma vela preta é colocada a Oeste simbolizando a Deusa, e uma vela branca a Leste para o Deus. No Altar deve estar o Cálice e o Athame, o Pentagrama, a Varinha e outros objetos utilizados nos rituais. Também é comum se colocarem símbolos para os Quatro Elementos, como uma pena para o Ar, uma planta para a Terra, uma vela vermelha ou enxofre para o Fogo, e, logicamente, água para esse mesmo elemento. Muitas pessoas colocam um símbolo para a Deusa e o Deus, como uma concha e um chifre, ou mesmo estátuas e gravuras dos Deuses. Deve ser criativo, pois o Altar é o um espaço pessoal, onde deve ser colocado amor. Se, por algum motivo, não for possível montar um Altar, pode ser um espaço na sua imaginação, pois o verdadeiro Templo está dentro de você, ou vá para a Natureza e faça dela o mais lindo de todos os santuários.
O Pentáculo é normalmente um disco, um prato de metal ou madeira com a figura de Pentagrama dentro de um círculo. Ele é usado para consagrar várias outras ferramentas. É também utilizado como um ponto focal de concentração. É associado ao elemento Terra e seu ponto cardeal. Alguns Bruxos usam um Pentáculo para invocar qualquer elemento da Natureza. Você poderia fazer seu próprio Pentáculo com argila ou com uma pedra, pintando o símbolo do Pentagrama sobre o material escolhido. Ele é utilizado para consagrar ervas e para carregar magicamente um talismã ou qualquer instrumento que precise de uma dose de energia extra, e é utilizado também para proteção. Representa a ligação do Bruxo com os Deuses.
Chave Mágica
Para fazer uma chave mágica recorra aos materiais que a Natureza oferece, como gravetos, folhas etc. Faça a chave mais bonita que puder. Com ela você será capaz de abrir todas as portas. Pendure-a na entrada do seu quarto; sempre que tiver um desejo profundo, pegue a chave sem sua mão e com sua imaginação abra a porta que esconde seus desejos.
Sino
O sino de cristal ou de latão é freqüentemente usado pelos bruxos para sinalizar o início e fechamento de um ritual ou Sabbat, para invocar um espírito ou deidade em particular e para despertar os membros do Coven que estão em meditação. Os sinos são tocados também em vários ritos funerários wiccanos para abençoar a alma do bruxo que cruzou o reino dos mortos.
Livro das Sombras
O livro das sombras (também conhecido como Livro Negro) é o diário secreto no qual o bruxo registra seus encantamentos, invocações, rituais, sonhos, receitas de várias poções pessoais e outros assuntos. Um livro desse tipo pode ser mantido por um indivíduo em separado ou por todo um coven. Quando ocorre a morte do bruxo, o livro das sombras pode ser passado para seus filhos ou netos, mantido pela Alta Sacerdotisa e pelo Alto Sacerdote do coven (se o bruxo for membro de um deles no momento de sua morte) ou queimado para proteger os segredos da arte. Qualquer que seja a decisão tomada, ela naturalmente depende dos costumes daquela determinada tradição wiccana ou da vontade pessoal do bruxo.
Punhal ou átame (athame)
O punhal é uma faca ritualística com cabo preto e lâmina de fio duplo, tradicionalmente gravada ou cunhada com vários símbolos mágicos e astrológicos. Representa o antigo e místico elemento ar, símbolo da força da vida, e é usado pelos bruxos para traçar círculos, exorcizar o mal e as forças negativas, controlar e banir os espíritos elementais, guardar e direcionar a energia durante os rituais. Utiliza-se o punhal com cabo branco (bolline) somente para cortar varetas, colher ervas para magia ou para cura, esculpir a tradicional lanterna de Samhain e gravar runas e outros símbolos mágicos em velas e talismãs.
Bolline
O Bolline é uma faca com o cabo branco. Ele é utilizado na colheita de ervas, na construção de talismãs e amuletos mágicos. Existem alguns modelos de Bolline na forma de uma pequena foice, totalmente de prata, em alusão ao antigo Instrumento dos Druidas para a colheita de ervas que possuía esta forma. Ele é um Instrumento opcional, visto que muitos Bruxos usam o átame para desempenhar a função de colher as ervas e construir talismãs.
Vareta
A vareta (também conhecida como Bastão de Fogo) é um bastão fino de madeira, feito de um galho de árvore. Representa o antigo e místico elemento fogo, é símbolo de força, de vontade, e de poder mágico do bruxo que o possui. A vareta de acordo com vários compêndios de magia, deve ter aproximadamente 50 cm de comprimento. é usada para invocar as salamandras (elementais do fogo) em determinados tipos de rituais, traçar círculos, desenhar símbolos mágicos, direcionar a energia e mexer bebidas no caldeirão. Varetas de freixo são usadas em ritos de cura, as de sabugueiro para consagração e banimentos, as de acácia e aveleira para todos os tipos de magia "branca". As de carvalho servem para magia druídica e solar. Em magias lunares para invocar à Deusa, magia de desejo e ritos de cura usamos varetas de salgueiro e sorveira.
Caldeirão
O caldeirão é um pequeno pote escuro de ferro fundido que combina simbolicamente as influências dos quatro antigos e místicos elementos e que representa o ventre divino da Deusa Mãe, sendo utilizado pelos bruxos para vários propósitos como ferver poções, queimar incenso e guardar carvão, flores, ervas ou outros elementos mágicos. O caldeirão pode ser usado também como instrumento para divinação - muitos bruxos enchem seu caldeirão com água na noite de Samhain e os utilizam como espelho mágico para olhar o futuro ou o passado.
Cálice
O cálice (também conhecido como taça ou vaso sagrado) representa o elemento água e é usado no altar durante os rituais.
Colher de Pau
A colher de pau da cozinha pode transformar-se num potente instrumento mágico. Escolha uma colher nova e passe-a nove vezes pelo fogo. Depois, mergulhe-a na água e por fim jogue sobre ela três pitadas de sal. Use-a normalmente na cozinha, impregnando seus alimentos com amor. E não pense duas vezes antes de usá-la como "varinha de condão".
Espelho Mágico
Esta é uma antiga prática irlandesa muito utilizada pelos camponeses. Pegue um espelho e unte-o com uma mistura de sal e limão. Aguarde uma noite de Lua Crescente e "aprisione-a" no espelho (refletindo nele sua imagem). Seu espelho estará magnetizado, sempre que quiser peça para que a Luz, que agora mora dentro dele, ilumine seus caminhos.
Espada Cerimonial
A espada cerimonial representa o elemento fogo e é o símbolo da força do bruxo. Em certas tradições wiccanas, a espada cerimonial é usada no lugar do punhal de cabo preto pela Alta Sacerdotisa do coven, para traçar ou apagar um círculo. A espada, como o punhal, pode também ser usada para controlar e banir espíritos elementais e para guardar e direcionar a energia durante os rituais.
Vassoura
A vassoura é símbolo do magistério feminino e das forças purificadoras da natureza. Até hoje é costume "limpar" as energias negativas de uma casa varrendo-as para fora com uma vassoura desenhada com símbolos mágicos (pentagrama, círculo, taça, espada).
Buril
O buril é um ferro de gravar usado por muitos bruxos e magos para marcar ritualisticamente nomes sagrados, números, runas e vários símbolos mágicos e astrológicos em seus punhais, espadas, sinos de latão do altar, joalheria metálica e outras ferramentas da magia.
Fonte: Círculo Sagrado
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
A Morte

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Fases da Lua

A Lua sempre esteve ligada aos nossos sentimentos, a essa parte onírica que nos invade, sem que, sobre ela, tenhamos qualquer controle. As fases da Lua afetam toda vida existente no planeta, desde as marés dos oceanos até o crescimento das plantas.
Lua Crescente
Bom para:
Cortar o cabelo para crescimento rápido ( em compensação o fio cresce mais fino );
Tratamento de beleza;
Para ganhar peso ou aumentar o peso de qualquer coisa;
Acordos e parceria;
Fazer poupança e investimento;
Cobrar dívidas;
Viagens de lazer;
Começar cursos ou novos trabalhos;
Trabalhos de vendas, contratar pessoas para trabalhos na área de vendas;
Romances iniciados nesta fase são muito mais duradouros e satisfatórios;
Para atividades físicas que consomem muita energia;
Lançamentos, noites de autógrafos e exposições;
Favorece mais que empresta do que quem pede emprestado;
Presença de público;
Assinar contratos, papéis importantes e acordos;
Diminui a durabilidade de flores desabrochadas;
Comprar legumes e frutas verdes e flores em botão ( acelera o amadurecimento );
Plantio de cereais, frutas e flores;
Transplantes e enxertos;
Novos empreendimentos;
Crescimento da parte aérea das plantas.
Desfavorável:
· Dietas para emagrecimento ( difícil perder peso );
· Propósitos e planos com pouca praticidade/imaturos.
Nos 3 dias e meio seguintes o crescente aumenta até a metade esquerda do círculo ficar iluminada. A Lua moveu-se 90º e cobriu a primeira quarta parte da sua jornada.
Lua Gibosa
A Lua continua a crescer até que ¾ do disco lunar estejam iluminados. Chamamos essa fase de Lua Gibosa.
Ocorre quando o Sol e a Lua estão em signos opostos a 180º de distância entre eles – formando uma oposição. A luz refletida da Lua atinge o seu ponto máximo. Agora todo o círculo lunar é visível a noite toda. O Sol se põe a oeste e a Lua nasce na direção oposta, leste. A atração gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra é mais forte, equivalente apenas a Lua Nova. Só que essas forças operam em direções opostas sobre a Terra. Este é um aspecto de polarização, culminância, mas também de complemento dos opostos. A Lua Cheia é um transbordamento. Ela revela o máximo de qualquer situação. O sucesso ou o fracasso dos nossos esforços serão rebelados sob a plana luz da Lua Cheia. O humor das pessoas está completamente alterado nessa fase da Lua. Tudo Chegou ao seu Clímax e à sua energia máxima. As sensações e emoções estão aguçadas. Pode-se esperar mudança de tempo, marés altas devido ao aumento da força gravitacional e sensível aumento de partos, antecipação de alguns nascimentos devido ao aumento do volume de água no organismo.
O que quer que tenha de ser atraído energeticamente, se dará aí. Ocorre um aumento de preocupação com relacionamentos. Pode-se mesmo ficar obsessivo com alguma relação em particular. Encontros iniciados nessa fase exigem o máximo de negociação e colaboração dos parceiros, pois essa fase mostra explicitamente as diferenças. Se o que tentamos até agora não teve força para ir adiante, ou se faltou empenho para lutar por aquilo, será hora de abandonar as expectativas e voltar a tentar na fase da Lua Crescente do mês seguinte. Um ar de anticlímax pode nos invadir. Logo a fase da Lua Cheia, 45º depois, entramos numa fase chamada disseminadora: a segunda fase da Lua Cheia.
Aqui é aconselhável, espalhar, disseminar, desconcentrar. É favorável dispersar energia, porque também os problemas se dispersarão. Ao mesmo tempo, esta fase indica espalhar os recursos, pensar nos outros, porque os retornos podem se desdobrar e multiplicar. Os relacionamentos iniciados nesta fase são bastante resistentes, mas as pessoas que atraímos gostam de impor seus pontos de vista a todo custo. Isso acaba gerando relacionamentos em que um dos parceiros acaba se submetendo à firme vontade do outro.
Bom para:
Cortar o cabelo para crescer mais cheio com fio mais forte ( volume );
Hidratação e nutrição da pele ( os poros mais dilatados absorvem melhor os nutrientes );
Encontros sexuais;
Encantamentos e magnetismo;
Grande presença de público;
Atividade de muito público realizadas em um ambiente externo ( as pessoas saem mais e a freqüência em bares e restaurantes aumentam );
Atividades de comercio;
Acelerar amadurecimento de frutas e legumes;
Desabrochar os botões das flores;
Colheita de plantas curativas;
Colheita de frutos;
Pesca;
Desfavorável:
· Cirurgia ( aumenta o risco de hemorragias, inflamação, edemas e hematomas);
· Dietas para emagrecimento ( aumenta a retenção de líquidos );
· Depilação e tintura de cabelo ( crescimento acelerado );
· Aparar grama ( crescimento acelerado );
· legumes e furtas já maduros e flores desabrochadas ( acelera a deterioração );
· predisposião para alteração no sono ou insônia;
· cerimônia de casamento ( excesso de vulnerabilidade, excitação e predisposição à discórdia );
· Pegar a estrada ( predisposição ao aumento de acidentes );
· Sair de carro ( caos e congestionamento ).
A luz refletida da Lua começa progressivamente a diminuir. Na primeira fase da Lua minguante, ela ainda é bastante visível, mas aos poucos, vai extinguindo seu brilho. É a fase de menor força gravitacional da Lua sobre a Terra, é o mais baixo nível de volume de água no organismo e no planeta. O período sugere mais recolhimento e interiorização. Os resultados do ciclo inteiro devem ser vistos, avalizados e resumidos aqui. O que não aconteceu até agora não terá mais força para acontecer. Não temos a melhor condição para uma reviravolta.
Em compensação conflitos, crises perdem igualmente a força e podem apaziguar ou até desaparecer por completo ou perder o impacto sobre nós. Temos mais facilidade para abandonar as coisas pois estamos menos afetados por elas. As pessoas que não tem o hábito de introspecção e auto-análise podem reagir negativamente nesta fase e sofrer um pouco de depressão. Não é recomendável divulgação, lançamento de produtos ou promulgação de leis. Eles podem passar desapercebidos.
Não se começa coisa alguma, mas é preciso acabar com todas as pendências, senão elas vão perdurar no mês seguinte. Nesses últimos dias ( 4 dias ) de Lua Minguante, há um clima propício à reflexão que nos invade naturalmente. Não é um período para entrevistas de trabalho, por falta de clareza e objetividade na expressão e definição do que se pretende realizar:
Bom para:
Diatas de emagrecimento ( intensiva para perder peso rápido );
Dieta de desintoxicação;
Processos diuréticos e de eliminação;
Cortar cabelo para conservar o corte e aumentar o volume ( fios mais grossos e crescimento mais lento );
Tintura de cabelo e depilação;
Limpeza de pele e tratamento para rejuvenescimento;
Cirurgias e cicatrização rápida;
Tratamentos dentários;
Cortar hábitos e vícios e condicionamentos;
Encerrar relacionamentos;
Dispensar serviços de funcionários;
Arrumar a casa e consertar roupas;
Jogar papéis e outras coisas fora;
Detetização;
Pintar paredes e madeira ( melhor adesão da tinta );
Combater todos os tipos de pragas;
Colher frutos ( os que não foram colhidos até aqui não vão crescer mais );
Comprar furtos e legumes maduros e flores desabrochadas ( cuidado para não estarem secos );
Poda, tudo que cresce debaixo da terra;
Plantio de hortaliças;
Adubagem;
Corte de madeira;
Desumidificar, desidratar;
Capinar e aparar a grama;
Balanço financeiro do mês, pagar empréstimos; cortar despesas e terminar pendências;
Romances começados nesta fase transformam as pessoas envolvidas;
Finalizar relacionamentos;
Fazer conserva de frutos e legumes;
Cultivo de ervas medicinais;
Retardar crescimento;
Desfavorável:
· Inseminação, concepção, gestação;
· Atividades direcionadas à grande público;
· Divulgação ( baixa freqüência );
· Poupança, investimento e abrir negócios;
· Conservar furtos e legumes verdes e flores de botão ( ressecamento antes do amadurecimento);
· Começar qualquer coisa ( é energia de fim );
Alguns dias mais tarde a Lua está novamente com a metade de sua superfície iluminada e a outra metade no escuro, sendo que a metade iluminada está agora no seu lado direito. A Lua chegou à última quarta parte de sua jornada.
O ultimo estágio da Lua Minguante é um tempo de retratação, restauração, cura e rejuvenescimento. A medida que a Lua prossegue sua jornada, a luz refletida diminui cada vez mais até restar apenas um crescente estreito, à direita do disco lunar. O termo balsâmico quer dizer: Elemento ou agente de cura, suaviza e restaura. Devemos aceitar as coisas com os resultados que se apresentam. Tudo está na sua forma final e não passará disso, colhemos o que semeamos. E tempo de retroceder, limpar o terreno, descansar e principalmente, armazenar forças para a nova fase que em breve se inicia.
Ocorre quando o Sol e a Lua estão em conjunção, isto é, no mesmo signo, em graus exatos ou muito próximos, neste momento a Lua nasce e se põe junto com o Sol. Ofuscada com a proximidade do sol, fica invisível. Como o sol e a Lua voltam a se unir no mesmo grau, considera-se este um ponto de partida. Novos começos, planos e idéias estão em plena germinação. Um alívio ou liberação das pressões do mês anterior nos dá a sensação de estarmos quites e agora disponíveis, como se pudéssemos começar algo novo em folha. Não devemos trazer nada da fase anterior para este momento, o que era importante, perdeu a força. Todas as possibilidades estão presentes. Qualquer coisa que fizermos nesta época, um palavra ou até um pensamento, terá muito mais chance de se concretizar.
Comprar casa, adquirir imóvel ou para investimento;
Fertilidade em alta: concepção, fertilização e gestação;
Criar;
Relacionamento passageiro e que serve mais para afirmação do ego;
Cortar cabelo para acelerar o crescimento;
Introduzir um elemento novo a qualquer esquema;
Ganhar peso;
Começar poupanças;
Cobrar débitos;
Viagem de lazer;
Começar cursos ou iniciar um novo trabalho;
Trabalho autônomo, os que dependem de iniciativa pessoal e de pouca colaboração;
Contratar empregados com iniciativa própria;
Começar uma construção ou obra;
Consertar o carro;
Cirurgia ( 5 dias depois );
Diminui a durabilidade de flores desabrochadas;
Comprar legumes e frutas verdes e flores em botão ( acelera o amadurecimento );
Desfavorável:
· Cirurgia no dia exato da Lua Nova;
· Exames, check-ups e diagnósticos ( falta de clareza ).
Lua Fora de Curso
É o intervalo que vai da hora em que a Lua faz o último aspecto a um planeta antes de deixar um signo e entrar no seguinte. Tradicionalmente esse período ficou conhecido como período infrutífero. As atividades realizadas nesse período não dão resultados. Este pondo cego vem da idéia de que, depois da Lua ter percorrido todos os aspectos dentro de um signo, ela cai no vácuo como se tivesse sem curso, vazia, sem objetivo. Entro em um novo signo e começa então uma nova série de aspectos em outros planetas. É como se ela entrasse simbolicamente em repouso. Não temos neste momento o conhecimento instintivo das cousas que a Lua nos dá. Podemos nos sentir vagos e confusos. Este é, no entanto, um bom momento par assimilar o que nos aconteceu nos últimos dias, antes de iniciar um novo curso de ação. Algumas coisas que não sejam bem sucedidas nessa hora, podem ser tentadas de novo em outro momento, quando a lua não estiver fora de curso.
Parte desse texto foi extraído do Almanaque Wicca 2004, a outra parte, desconheço o autor, caso alguém saiba quem o escreveu, por favor me avise para que seja dado o devido crédito.
A Lua Azul é o nome que recebe a Segunda Lua Cheia de um Mês, que é um momento especial de celebração, pois é um Lua de energia reforçada. È um tempo em que se pode buscar aconselhamento para caminhos espirituais, pedindo à Deusa que reforce os laços de conexão com você.
Tradições

Rede Wiccana

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Roda do Ano Celta

A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significa: povo dos bosques), principalmente a dos Celtas era um tanto quanto diferente da atual. O tempo era para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para eles lunar, enquanto que o nosso é um calendário solar.
Originários da tradição celta, os sabbaths ocorrem oito vezes ao ano, ou seja, duas vezes a cada estação. Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem.
Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.
Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.
O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.
Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza possa se manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir em momentos de intensa união e perfeição.
Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema importância para magias. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear: os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.
Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.
Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem refletida para imagem projetada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos. Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim nossa roda do ano esta formada e em eterna harmonia com o universo.
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas. A cada uma delas deu-se um nome:
Samhain - O Fim e o Início de um Ano Novo para os Celtas(31 de Outubro - Hemisfério Norte) e (30 de Abril - Hemisfério Sul)
Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, Samhain (pronuncia-se SOUEN) marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram.
... E o ano chega ao final! Nossos últimos alimentos são colhidos após o equinócio de outono, marcando o início dos meses em que viveremos com o que conseguimos estocar. Os alimentos fornecidos pela Grande Deusa devem agora alimentar seus filhos famintos e nutrir o Deus em sua caminhada pelo "outro mundo". O raio do trovão que atingiu o carvalho e fecundou a terra é a promessa do retorno do Deus através daquela que um dia foi sua amante, mas que agora será sua mãe: a Deusa. E assim o ciclo de vida, morte e renascimento volta a estabelecer o equilíbrio a Roda do Ano.
O "Outro Mundo" celta, também conhecido como o Abismo, é um lugar entre os Mundos; uma mistura de paraíso e atormentações. É o lugar no qual todos buscamos respostas para nossas perguntas mais íntimas, onde a fantasia se mistura à realidade e o consciente ao inconsciente. O Abismo é o local onde os heróis são levados para que possam confrontar seus maiores inimigos: seus próprios fantasmas. Somente vencendo esses fantasmas, que nada mais são que seus medos, preconceitos e angústias, eles poderão retornar como verdadeiros heróis.
Esta é a simbologia do Santo Graal; uma busca interior de algo que queremos erroneamente materializar neste mundo. Somente os cavaleiros que ousarem atravessar os portais do "Outro Mundo" e vencerem a si próprios serão contemplados com a plenitude do Graal.
Durante esta noite o véu que separa esses dois mundos está o mais fino possível, permitindo que espíritos do Outro Mundo atravessem o portal sem grandes dificuldades.
Por isso, a Noite dos Ancestrais é um momento de nos lembrarmos daqueles que se foram e habitam o Outro Mundo. É hora de honrarmos as pessoas que um dia amamos, deixando que elas nos visitem e comemorem conosco esse momento tão especial da Roda do Ano.
Samhain é o festival da morte e da alegria pela certeza do renascimento. O Deus morreu, e a Deusa, trazendo no ventre o seu amado, recolhe-se ao Mundo das Sombras para esperar o seu renascimento. Comemora-se aqui a ligação com os antepassados, com aqueles que já partiram e que um dia, como a natureza, renascerão. Os cristãos transformaram essa data no "Dia de Todos os Santos" e no "Dia de Finados", numa alusão supersticiosa a essa ligação.
É uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabbat é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo sumo de maçã. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza!
A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.
Yule - Solstício de Inverno(21 de Dezembro - Hemisfério Norte) e (21 de Junho - Hemisfério Sul)
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão (no Hemisfério Norte). Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como CRIANÇA PROMETIDA. Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria.
Este dia também é chamado Alban Arthuan (A Luz de Arthur), na tradição druida. É o tempo da morte e do renascimento. O Sol parece estar nos abandonando completamente, enquanto a noite mais longa chega até nós.
Coloque flores e frutos da época do altar. Os sinos são símbolos femininos de fertilidade, e anunciam os espíritos que possam estar presentes.
Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois esta é a antiga tradição "pagã", onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.
Imbolc ou Candlemmas - Festa do Fogo ou Noite de Brigit (01 de fevereiro - Hemisfério Norte) e (01 de Agosto - Hemisfério Sul)
Imbolc quer dizer: dentro do útero. O inverno ainda não foi embora, mas por baixo da neve a vida floresce e ganha força. As coisas não acontecem diante de nossos olhos, mas já estão lá, latente, pulsando, esperando o momento certo para vir à tona. A Deusa vagarosamente recupera-se do parto, e acorda sob a energia revigorante do Sol.
Esse é o também chamado Festival das Luzes, em que se acendem velas por toda a casa, mais especialmente nas janelas, para anunciar a vinda do Sol e mostrar ao menino Deus seu caminho.
Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial para nossa família e amigos. Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas.
Equinócio de Primavera - Ostara - Festa da Fertilidade(21 de Março - Hemisfério Norte) e (21 de Setembro - Hemisfério Sul)
Pela primeira vez no ano o dia e a noite se fazem iguais. É, portanto, uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta para ser plantada. É quando os Deus e Deusa se apaixonam, e deixam de ser mãe e filho. Nessa data, a semente da vida é semeada no ventre da Deusa, a Donzela revigorada e cheia de vida e alegria.
O Deus é devidamente armado para sair em sua viagem no mudo das trevas e reconquistá-lo, para que posteriormente a luz volte a reinar.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa.
Beltane – A Fogueira de Belenos – Casamento do Deus e da Deusa(01 de Maio - Hemisfério Norte) e (31 de Outubro ou 01 de Novembro - Hemisfério Sul)
Pronuncia-se Bioltuin (Be-All-Twin) É o festival do casamento entre o Deus e a Deusa, a Rainha de Maio, a Virgem.
Por ser uma data de cunho profundamente sensual, foi talvez uma das mais sincretizadas pela cristandade. Assim, as fogueiras de Beltane e o Maypole (mastro adornado com as fitas coloridas trançadas) tornaram-se as fogueiras e mastros das festas dos santos "casamenteiros" cristãos, bem como o mês de Maio foi consagrado à Virgem Maria e tido como benévolo aos casamentos. Na tradição antiga as pessoas não se casavam durante o Beltane, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.
BELTANE, em 01 de Novembro aqui no hemisfério sul, mas em 1o. de Maio nos países nórdicos berços do culto, representa a entrada do jovem Deus para a idade adulta. Incitados pelas energias da Natureza, pela força das sementes e flores que desabrocham, a Deusa e o Deus apaixonam-se. Nesta data são celebrados rituais de fertilidade e imensas fogueiras são acesas. As fogueiras de Beltane simbolizam o calor da paixão e a intensidade da interação entre a Deusa e o Deus, e a crescente fecundidade da Terra.
Belenos é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função.
Uma das mais belas tradições de Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses.
As Fogueiras de Beltane
Na antiga religião, antes da Igreja destruir este culto e transformá-lo no que se conhece como "bruxaria", os camponeses iam para os bosques de carvalhos à noite e acendiam enormes fogueiras para a Deusa o que tornou esta festividade conhecida como As Fogueiras de Beltane.
Nesta época, os princípios morais vigentes eram outros, a mulher era um ser livre e não havia o machismo como hoje se conhece. As sociedades eram matriarcais. Sendo assim, nesta noite de Beltane, as moças virgens e mesmo as casadas, iam para os bosques na celebração do que se chamava "O Gamo Rei" onde os rapazes copulavam com as moças sob a lua cheia guiados pelo instinto num ritual de fecundidade e vida.
As crianças que por ventura fossem geradas nesta noite eram consideradas especiais e normalmente as meninas viravam sacerdotisas e os meninos magos. O ritual era consagrado à Deusa para que esta trouxesse sempre boas colheitas através da fertilidade da terra. Embora o culto fosse predominantemente feminino, não se excluía, de forma alguma, o papel do Deus, pois, a essência de Beltane, sendo a fecundação, impunha sempre, a presença do feminino e masculino.
Sendo assim, no Beltane, os meninos tinham a sua cerimônia de passagem da adolescência para a maturidade. O rapaz personifica o Deus e a virgem, a Deusa. Na escolha de um rei, o rapaz veste a pele de um Gamo (um veado real) e desafia um gamo de verdade, o líder da manada, e luta com ele até a morte de um deles.
Se o rapaz for o vencedor, terá sido escolhido Rei representando o Deus, o Gamo Rei e terá uma noite com a Virgem que representa a Deusa onde um herdeiro será concebido. O novo herdeiro, um dia deverá disputar com o pai pelo trono. O Gamo Novo e o Gamo Velho...
O Rei Arthur passou por esta prova numa noite nas fogueiras de Beltane conforme o romance Brumas de Avalon.
Quando não era preciso escolher-se um rei, a luta com o gamo não era necessária e a tradição seguia apenas como uma representação ritual.
A tradição do Gamo Rei foi transformada, através dos tempos, e a imagem do gamo, em alguns cultos, substituída pela de qualquer animal que tivesse galhos ou chifres, sempre representando a divindade masculina do Deus que recebe os nomes de Galhudo, Cornélio, Cornudo e até mesmo Chifrudo sem ter qualquer conotação com o que a Igreja estabeleceu como "demônio do mal". Os galhos na antiguidade eram sinônimo de força e honra e não o que hoje significam.
Então, no 31 de outubro ou 01 de novembro, estaremos na Lua cheia, ao ar livre, recebendo o luar e longe de qualquer coisa feita pela mão do homem. Deveríamos fazer um círculo com pedras, ficar dentro dele e acender uma pequena fogueira. Este ritual de fertilidade vai promover mudanças na vida de todo aquele que entender o significado do Beltane. Na verdade é um louvor a Terra, à Natureza e à Mãe de todas as coisas. É uma data muito bonita e de grande significado.
Em Beltane nós nos abrimos para o Deus e a Deusa da Juventude. Não importa quanto velhos sejamos, em Beltane, sentimo-nos jovens novamente e nos unimos ao fogo da vitalidade e juventude e permitimos que esta vitalidade nos vivifique e cure.
Quando jovens talvez usássemos este tempo como uma oportunidade para conectar nossa sensualidade de um modo criativo e quando mais velhos esta conexão será obtida através da união dentro de nós mesmos, das nossas naturezas feminina e masculina. A integração entre nossos dois aspectos interiores, feminino e masculino, é o caminho da espiritualidade e Beltane representa o tempo onde podemos nos abrir amplamente para este trabalho permitindo que a natural união das polaridades ocorra naturalmente. Este é um trabalho essencialmente alquímico.
Litha - Midsummer - Solstício de Verão(21 de Junho - Hemisfério Norte) e (21 de Dezembro - Hemisfério Sul)
Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O Deus chega ao ponto máximo de seu poder. Este é o único Sabbat em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu poder mágico é muito grande.
É hora de pedirmos coragem, energia e saúde. Mas não devemos nos esquecer que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar.
Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão.
Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do Poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte.
Nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas. Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente com os pedidos no Caldeirão.
Na noite de Midsummer (o Solstício de Verão) fadas, duendes e toda a sorte de elementais correm pela terra, celebrando o fervor da vida. A data era comemorada nos tempos antigos geralmente com jogos e festivais. O corpo e o físico são reverenciados nesta data.
Lughnasadh ou Lammas - Festa da Colheita(01 de Agosto - Hemisfério Norte) e (01 de Fevereiro - Hemisfério Sul)
Lughnasadh era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é o Deus Sol.
Na Cultura Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho.
Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.
O outro nome do Sabbat é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os celtas faziam um pão comunitário, que era consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo.
O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida.
Este é o primeiro dos três Sabbats da colheita. O Deus já dominou o mundo das trevas, e agora passará por leves mudanças, seu poder declinando sutilmente com o passar dos dias. Por isso, o honramos, e agradecemos pela energia dispensada sobre as colheitas.
Mabon - Autumn - Equinócio de Outono(21 de Setembro - Hemisfério Norte) e (21 de Março - Hemisfério Sul)
Este é o segundo dos festivais da colheita (sendo Samhain o terceiro). A fraqueza do Deus já se faz sentir, e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto os estoques se enchem. Derrama-se leite sobre a terra para agradecer pela fertilidade e bondade da terra. Agora, nos fechamos, e nossos corações voltam-se para nós mesmos.
No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que amamos. Esta é a segunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas.
O Deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.
O período negro do ano se aproxima aos poucos. É uma data especial para evocarmos espíritos familiares, guardiões e antepassados para pedir sua ajuda e aconselhamento no período mais negro da Roda, que em pouco tempo se fará presente.

Estes festivais estão associados aos Ciclos da Terra. Como complemento, temos os festivais solares (solstícios e equinócios), perfazendo assim os oito pontos da Roda do Ano.
O estudo correto dos mitos associados a cada festival, seu simbolismo e sua linguagem mágica, faz com que tenhamos contato com seus significados mais profundos, trazendo assim a verdadeira compreensão dos mistérios.
Quando travamos contato íntimo com os mitos e lendas das deidades associadas a cada festival, percebemos que não é por acaso que o deus Lugh está associado ao período da colheita outonal, existem mil verdades a serem conhecidas por trás da vivência dos festivais.
A Celebração dos Festivais que compõem a Roda do Ano Celta resgata uma ancestral prática de Mistérios, a qual possibilita aos celebrantes a compreensão dos mais profundos significados de seu simbolismo.
Divindades

A Deusa foi a primeira divindade cultuada pelo homem pré-histórico. As suas inúmeras imagens encontradas em vários sítios históricos e arqueológicos do mundo inteiro representavam a fertilidade - da mulher e da Terra. Por ser a mulher a doadora da vida atribuiu-se à Fonte Criadora Universal a condição feminina e a Mãe Terra tornou-se o primeiro contato da raça humana com o divino.Mas afinal, quem é essa Deusa? Só o fato de termos que fazer essa pergunta demonstra o quanto nossa sociedade ocidental formada sob a égide da mitologia judaico-cristã se afastou de nossas origens. Fomos criados condicionados por uma cosmologia desprovida de símbolos do Sagrado Feminimo, a não ser Maria, Mãe Divina, que não tem os atributos divinos, que são reconhecidos apenas ao Pai e ao Filho e é substituida na Trindade pelo conceito de Espírito Santo. Maria é, quando muito, a intermediária para a atuação dos poderes do Deus... "peça à Mãe que o Filho concede..." Mas Maria não é a Deusa, senão um de seus aspectos mais aceitos pela sociedade patriarcal, de coadjuvante do Deus, reproduzindo o fenômeno social do patriarcado em que a mulher auxilia o homem, mas sempre lhe é inferior e, por isso, deve submeter-se à sua autoridade.Não somos feministas nem queremos partir para discursos feministas, mas tão somente constatar que a ausência de uma Deusa nas mitologias pós-cristãs se deve ao franco predomínio do patriarcado. Predomínio esse que nos trouxe, ao final do século XX, a uma sociedade norteada pelos valores da competição selvagem, da sobrevivência do mais forte, da violência ao invés da convivência, do predomínio da razão sobre a emoção. Mas a Deusa está ressurgindo. Desde a década de 60, reafirmando-se nas últimas, a descoberta da Terra como valor mais alto a preservar sob pena de não mais haver espécie humana fez decolar a consciência ecológica e o renascimento dos valores ligados à Deusa: a paz, a convivência na diversidade, a cultura, as artes, o respeito a outras formas de vida no planeta.Cultuar a Deusa hoje significa reconsagrar o Sagrado Feminino, curando, assim, a Terra e a essência humana. Quer sejamos homens ou mulheres, sabemos que nossa psique contém aspectos masculinos e femininos. Aceitar e respeitar a Deusa como polaridade complementar do Deus é o primeiro passo para a cura de nossa fragmentação dualística interior. A Deusa é cultuada como Mãe Terra, representando a plenitude da Terra, sua sacralidade. Sobre a Terra existimos e, ao fazê-lo, estamos pisando o corpo dela, aqui e agora, muito diferente da crença em um deus Onipotente e distante, que vive nos céus. A Deusa é a Terra que pisamos, nossos irmãos animais e plantas, a água que bebemos, o ar que respiramos, o fogo do centro dos vulcões, os rios, as cores do arco-íris, o meu corpo, o seu corpo... A Deusa está em todas as coisas... Ela é Aquela que Canta na Natureza... O Deus Cornífero seu consorte, segue sua música e é Aquele que Dança a Vida... Cultuar a Deusa não significa substituir o Deus ou rejeitá-lo. Ambos, Deus e Deusa são da mesma moeda, as duas faces do Todo. A Deusa é a criadora primordial, o Deus o primeiro criado, e sua dança conjunta e eterna, em espiral, representa a eterna dança da vida.A Deusa também é a Senhora da Lua e, mais uma vez, a explicação desse fato remonta às cavernas em que já vivemos. O homem pré-histórico desconhecia o papel do homem na reprodução, mas conhecia muito bem o papel da mulher. E ainda considerava a mulher envolta em uma aura mística, porque sangrava todo mês e não morria, ao passo que para qualquer dos homens sangrar significava morte. Portanto, a mulher devia ser muito poderosa, ainda mais que conhecia o "segredo" de ter bebês... É fácil entender porque a mulher era identificada com a Deusa, ou, melhor dizendo, porque a primeira divindade conhecida tinha que ter caracteres femininos... Ainda mais quando as pessoas descobriram que a gravidez durava 10 lunações e a colheita e o suceder das estações seguia um ciclo de 13 meses lunares. O primeiro calendário do homem pré-histórico foi mostrado nas mãos da famosa estatueta da Vênus de Laussel, que segura em sua mão um chifre em forma de crescente, com 13 talhos que representam as lunações. Por sua conexão com a Lua e a mulher, a Deusa é cultuada em 3 aspectos: a Donzela, que corresponde à Lua Crescente, a Mãe representada na Lua Cheia e a Anciã, simbolizada na Lua Decrescente, ou seja, Minguante e Nova.Na tradição da Deusa a Donzela é representada pela cor branca e significa os inícios, tudo o que vai crescer, o apogeu da juventude, as sementes plantadas que começam a germinar, a Primavera, os animais no cio e seu acasalamento. Ela e a Virgem, não só aquela que é fisicamente virgem, mas a mulher que se basta, independente e autosuficiente. Como Mãe a Deusa está em sua plenitude. Sua cor é o vermelho, sua época o verão. Significa abundância, proteção, procriação, nutrição, os animais parindo e amamentando, as espigas maduras, a prosperidade, a idade adulta. Ela é a Senhora da Vida, a face mais acolhedora da Deusa.Por fim, a Deusa é a Anciã, que é a Mulher Sábia, aquela que atingiu a menopausa e não mais verte seu sangue, tornando-se assim mais poderosa por isso. Simboliza a paciência, a sabedoria, a velhice, o anoitecer, a cor preta. A Anciã também é a Deusa em sua face Negra da Ceifeira, a Senhora da Morte. Aquela que precisa agir para que o eterno ciclo dos renascimentos seja perpetuado. Esta é o aspecto com que mais dificilmente nos conectamos, porém, a Senhora da Sombra, a Guardiã das Trevas e Condutora das Almas é essencial em nossos processos vitais. Que seria de nós se não existisse a morte? Não poderíamos renascer, recomeçar... Desta forma, é fácil compreendermos porque a Religião da Deusa postula a reencarnação. Se fazemos parte de um universo em constante mutação, que sentido haveria em crermos que somos os únicos a não participar do processo interminável da vida-morte-renascimento? Essa realidade existe no microcosmo do ciclo das estações, da colheita que tem que ser feita para que se reúnam as sementes e haja novo plantio.É justamente por isso que aqueles que seguem o Caminho da Deusa celebram a chamada Roda do Ano, constituida pelos 8 Sabbats que marcam a passagem das estações. Ao celebrar os Sabbats cremos que estamos ajudando no giro da Roda da Vida, participando assim de um processo de co-criação do mundo. Submeter-se à sua autoridade.Por tudo o que dissemos fica fácil entender porque os caminhos, cultos e tradições centrados na Deusa são religiões naturais, fundamentadas nos ciclos da natureza e no entendimento de seus elementos e ritmos. Estas práticas de magia natural usam a conexão e correlação dos elementos da natureza - Água, Terra, Fogo e Ar, as correspondências astrológicas (signos zodiacais, influências planetárias, dias e horários propícios, pedras minerais, plantas, essências, cores, sons) e a sintonia com os seres elementais (Devas Guardiões dos lugares, Gnomos, Silfos, Ondinas, Salamandras, Duendes e Fadas).

