
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
A Morte

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Fases da Lua

A Lua sempre esteve ligada aos nossos sentimentos, a essa parte onírica que nos invade, sem que, sobre ela, tenhamos qualquer controle. As fases da Lua afetam toda vida existente no planeta, desde as marés dos oceanos até o crescimento das plantas.
Lua Crescente
Bom para:
Cortar o cabelo para crescimento rápido ( em compensação o fio cresce mais fino );
Tratamento de beleza;
Para ganhar peso ou aumentar o peso de qualquer coisa;
Acordos e parceria;
Fazer poupança e investimento;
Cobrar dívidas;
Viagens de lazer;
Começar cursos ou novos trabalhos;
Trabalhos de vendas, contratar pessoas para trabalhos na área de vendas;
Romances iniciados nesta fase são muito mais duradouros e satisfatórios;
Para atividades físicas que consomem muita energia;
Lançamentos, noites de autógrafos e exposições;
Favorece mais que empresta do que quem pede emprestado;
Presença de público;
Assinar contratos, papéis importantes e acordos;
Diminui a durabilidade de flores desabrochadas;
Comprar legumes e frutas verdes e flores em botão ( acelera o amadurecimento );
Plantio de cereais, frutas e flores;
Transplantes e enxertos;
Novos empreendimentos;
Crescimento da parte aérea das plantas.
Desfavorável:
· Dietas para emagrecimento ( difícil perder peso );
· Propósitos e planos com pouca praticidade/imaturos.
Nos 3 dias e meio seguintes o crescente aumenta até a metade esquerda do círculo ficar iluminada. A Lua moveu-se 90º e cobriu a primeira quarta parte da sua jornada.
Lua Gibosa
A Lua continua a crescer até que ¾ do disco lunar estejam iluminados. Chamamos essa fase de Lua Gibosa.
Ocorre quando o Sol e a Lua estão em signos opostos a 180º de distância entre eles – formando uma oposição. A luz refletida da Lua atinge o seu ponto máximo. Agora todo o círculo lunar é visível a noite toda. O Sol se põe a oeste e a Lua nasce na direção oposta, leste. A atração gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra é mais forte, equivalente apenas a Lua Nova. Só que essas forças operam em direções opostas sobre a Terra. Este é um aspecto de polarização, culminância, mas também de complemento dos opostos. A Lua Cheia é um transbordamento. Ela revela o máximo de qualquer situação. O sucesso ou o fracasso dos nossos esforços serão rebelados sob a plana luz da Lua Cheia. O humor das pessoas está completamente alterado nessa fase da Lua. Tudo Chegou ao seu Clímax e à sua energia máxima. As sensações e emoções estão aguçadas. Pode-se esperar mudança de tempo, marés altas devido ao aumento da força gravitacional e sensível aumento de partos, antecipação de alguns nascimentos devido ao aumento do volume de água no organismo.
O que quer que tenha de ser atraído energeticamente, se dará aí. Ocorre um aumento de preocupação com relacionamentos. Pode-se mesmo ficar obsessivo com alguma relação em particular. Encontros iniciados nessa fase exigem o máximo de negociação e colaboração dos parceiros, pois essa fase mostra explicitamente as diferenças. Se o que tentamos até agora não teve força para ir adiante, ou se faltou empenho para lutar por aquilo, será hora de abandonar as expectativas e voltar a tentar na fase da Lua Crescente do mês seguinte. Um ar de anticlímax pode nos invadir. Logo a fase da Lua Cheia, 45º depois, entramos numa fase chamada disseminadora: a segunda fase da Lua Cheia.
Aqui é aconselhável, espalhar, disseminar, desconcentrar. É favorável dispersar energia, porque também os problemas se dispersarão. Ao mesmo tempo, esta fase indica espalhar os recursos, pensar nos outros, porque os retornos podem se desdobrar e multiplicar. Os relacionamentos iniciados nesta fase são bastante resistentes, mas as pessoas que atraímos gostam de impor seus pontos de vista a todo custo. Isso acaba gerando relacionamentos em que um dos parceiros acaba se submetendo à firme vontade do outro.
Bom para:
Cortar o cabelo para crescer mais cheio com fio mais forte ( volume );
Hidratação e nutrição da pele ( os poros mais dilatados absorvem melhor os nutrientes );
Encontros sexuais;
Encantamentos e magnetismo;
Grande presença de público;
Atividade de muito público realizadas em um ambiente externo ( as pessoas saem mais e a freqüência em bares e restaurantes aumentam );
Atividades de comercio;
Acelerar amadurecimento de frutas e legumes;
Desabrochar os botões das flores;
Colheita de plantas curativas;
Colheita de frutos;
Pesca;
Desfavorável:
· Cirurgia ( aumenta o risco de hemorragias, inflamação, edemas e hematomas);
· Dietas para emagrecimento ( aumenta a retenção de líquidos );
· Depilação e tintura de cabelo ( crescimento acelerado );
· Aparar grama ( crescimento acelerado );
· legumes e furtas já maduros e flores desabrochadas ( acelera a deterioração );
· predisposião para alteração no sono ou insônia;
· cerimônia de casamento ( excesso de vulnerabilidade, excitação e predisposição à discórdia );
· Pegar a estrada ( predisposição ao aumento de acidentes );
· Sair de carro ( caos e congestionamento ).
A luz refletida da Lua começa progressivamente a diminuir. Na primeira fase da Lua minguante, ela ainda é bastante visível, mas aos poucos, vai extinguindo seu brilho. É a fase de menor força gravitacional da Lua sobre a Terra, é o mais baixo nível de volume de água no organismo e no planeta. O período sugere mais recolhimento e interiorização. Os resultados do ciclo inteiro devem ser vistos, avalizados e resumidos aqui. O que não aconteceu até agora não terá mais força para acontecer. Não temos a melhor condição para uma reviravolta.
Em compensação conflitos, crises perdem igualmente a força e podem apaziguar ou até desaparecer por completo ou perder o impacto sobre nós. Temos mais facilidade para abandonar as coisas pois estamos menos afetados por elas. As pessoas que não tem o hábito de introspecção e auto-análise podem reagir negativamente nesta fase e sofrer um pouco de depressão. Não é recomendável divulgação, lançamento de produtos ou promulgação de leis. Eles podem passar desapercebidos.
Não se começa coisa alguma, mas é preciso acabar com todas as pendências, senão elas vão perdurar no mês seguinte. Nesses últimos dias ( 4 dias ) de Lua Minguante, há um clima propício à reflexão que nos invade naturalmente. Não é um período para entrevistas de trabalho, por falta de clareza e objetividade na expressão e definição do que se pretende realizar:
Bom para:
Diatas de emagrecimento ( intensiva para perder peso rápido );
Dieta de desintoxicação;
Processos diuréticos e de eliminação;
Cortar cabelo para conservar o corte e aumentar o volume ( fios mais grossos e crescimento mais lento );
Tintura de cabelo e depilação;
Limpeza de pele e tratamento para rejuvenescimento;
Cirurgias e cicatrização rápida;
Tratamentos dentários;
Cortar hábitos e vícios e condicionamentos;
Encerrar relacionamentos;
Dispensar serviços de funcionários;
Arrumar a casa e consertar roupas;
Jogar papéis e outras coisas fora;
Detetização;
Pintar paredes e madeira ( melhor adesão da tinta );
Combater todos os tipos de pragas;
Colher frutos ( os que não foram colhidos até aqui não vão crescer mais );
Comprar furtos e legumes maduros e flores desabrochadas ( cuidado para não estarem secos );
Poda, tudo que cresce debaixo da terra;
Plantio de hortaliças;
Adubagem;
Corte de madeira;
Desumidificar, desidratar;
Capinar e aparar a grama;
Balanço financeiro do mês, pagar empréstimos; cortar despesas e terminar pendências;
Romances começados nesta fase transformam as pessoas envolvidas;
Finalizar relacionamentos;
Fazer conserva de frutos e legumes;
Cultivo de ervas medicinais;
Retardar crescimento;
Desfavorável:
· Inseminação, concepção, gestação;
· Atividades direcionadas à grande público;
· Divulgação ( baixa freqüência );
· Poupança, investimento e abrir negócios;
· Conservar furtos e legumes verdes e flores de botão ( ressecamento antes do amadurecimento);
· Começar qualquer coisa ( é energia de fim );
Alguns dias mais tarde a Lua está novamente com a metade de sua superfície iluminada e a outra metade no escuro, sendo que a metade iluminada está agora no seu lado direito. A Lua chegou à última quarta parte de sua jornada.
O ultimo estágio da Lua Minguante é um tempo de retratação, restauração, cura e rejuvenescimento. A medida que a Lua prossegue sua jornada, a luz refletida diminui cada vez mais até restar apenas um crescente estreito, à direita do disco lunar. O termo balsâmico quer dizer: Elemento ou agente de cura, suaviza e restaura. Devemos aceitar as coisas com os resultados que se apresentam. Tudo está na sua forma final e não passará disso, colhemos o que semeamos. E tempo de retroceder, limpar o terreno, descansar e principalmente, armazenar forças para a nova fase que em breve se inicia.
Ocorre quando o Sol e a Lua estão em conjunção, isto é, no mesmo signo, em graus exatos ou muito próximos, neste momento a Lua nasce e se põe junto com o Sol. Ofuscada com a proximidade do sol, fica invisível. Como o sol e a Lua voltam a se unir no mesmo grau, considera-se este um ponto de partida. Novos começos, planos e idéias estão em plena germinação. Um alívio ou liberação das pressões do mês anterior nos dá a sensação de estarmos quites e agora disponíveis, como se pudéssemos começar algo novo em folha. Não devemos trazer nada da fase anterior para este momento, o que era importante, perdeu a força. Todas as possibilidades estão presentes. Qualquer coisa que fizermos nesta época, um palavra ou até um pensamento, terá muito mais chance de se concretizar.
Comprar casa, adquirir imóvel ou para investimento;
Fertilidade em alta: concepção, fertilização e gestação;
Criar;
Relacionamento passageiro e que serve mais para afirmação do ego;
Cortar cabelo para acelerar o crescimento;
Introduzir um elemento novo a qualquer esquema;
Ganhar peso;
Começar poupanças;
Cobrar débitos;
Viagem de lazer;
Começar cursos ou iniciar um novo trabalho;
Trabalho autônomo, os que dependem de iniciativa pessoal e de pouca colaboração;
Contratar empregados com iniciativa própria;
Começar uma construção ou obra;
Consertar o carro;
Cirurgia ( 5 dias depois );
Diminui a durabilidade de flores desabrochadas;
Comprar legumes e frutas verdes e flores em botão ( acelera o amadurecimento );
Desfavorável:
· Cirurgia no dia exato da Lua Nova;
· Exames, check-ups e diagnósticos ( falta de clareza ).
Lua Fora de Curso
É o intervalo que vai da hora em que a Lua faz o último aspecto a um planeta antes de deixar um signo e entrar no seguinte. Tradicionalmente esse período ficou conhecido como período infrutífero. As atividades realizadas nesse período não dão resultados. Este pondo cego vem da idéia de que, depois da Lua ter percorrido todos os aspectos dentro de um signo, ela cai no vácuo como se tivesse sem curso, vazia, sem objetivo. Entro em um novo signo e começa então uma nova série de aspectos em outros planetas. É como se ela entrasse simbolicamente em repouso. Não temos neste momento o conhecimento instintivo das cousas que a Lua nos dá. Podemos nos sentir vagos e confusos. Este é, no entanto, um bom momento par assimilar o que nos aconteceu nos últimos dias, antes de iniciar um novo curso de ação. Algumas coisas que não sejam bem sucedidas nessa hora, podem ser tentadas de novo em outro momento, quando a lua não estiver fora de curso.
Parte desse texto foi extraído do Almanaque Wicca 2004, a outra parte, desconheço o autor, caso alguém saiba quem o escreveu, por favor me avise para que seja dado o devido crédito.
A Lua Azul é o nome que recebe a Segunda Lua Cheia de um Mês, que é um momento especial de celebração, pois é um Lua de energia reforçada. È um tempo em que se pode buscar aconselhamento para caminhos espirituais, pedindo à Deusa que reforce os laços de conexão com você.
Tradições

Rede Wiccana

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Roda do Ano Celta

A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significa: povo dos bosques), principalmente a dos Celtas era um tanto quanto diferente da atual. O tempo era para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para eles lunar, enquanto que o nosso é um calendário solar.
Originários da tradição celta, os sabbaths ocorrem oito vezes ao ano, ou seja, duas vezes a cada estação. Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem.
Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.
Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.
O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.
Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza possa se manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir em momentos de intensa união e perfeição.
Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema importância para magias. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear: os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.
Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.
Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem refletida para imagem projetada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos. Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim nossa roda do ano esta formada e em eterna harmonia com o universo.
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas. A cada uma delas deu-se um nome:
Samhain - O Fim e o Início de um Ano Novo para os Celtas(31 de Outubro - Hemisfério Norte) e (30 de Abril - Hemisfério Sul)
Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, Samhain (pronuncia-se SOUEN) marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram.
... E o ano chega ao final! Nossos últimos alimentos são colhidos após o equinócio de outono, marcando o início dos meses em que viveremos com o que conseguimos estocar. Os alimentos fornecidos pela Grande Deusa devem agora alimentar seus filhos famintos e nutrir o Deus em sua caminhada pelo "outro mundo". O raio do trovão que atingiu o carvalho e fecundou a terra é a promessa do retorno do Deus através daquela que um dia foi sua amante, mas que agora será sua mãe: a Deusa. E assim o ciclo de vida, morte e renascimento volta a estabelecer o equilíbrio a Roda do Ano.
O "Outro Mundo" celta, também conhecido como o Abismo, é um lugar entre os Mundos; uma mistura de paraíso e atormentações. É o lugar no qual todos buscamos respostas para nossas perguntas mais íntimas, onde a fantasia se mistura à realidade e o consciente ao inconsciente. O Abismo é o local onde os heróis são levados para que possam confrontar seus maiores inimigos: seus próprios fantasmas. Somente vencendo esses fantasmas, que nada mais são que seus medos, preconceitos e angústias, eles poderão retornar como verdadeiros heróis.
Esta é a simbologia do Santo Graal; uma busca interior de algo que queremos erroneamente materializar neste mundo. Somente os cavaleiros que ousarem atravessar os portais do "Outro Mundo" e vencerem a si próprios serão contemplados com a plenitude do Graal.
Durante esta noite o véu que separa esses dois mundos está o mais fino possível, permitindo que espíritos do Outro Mundo atravessem o portal sem grandes dificuldades.
Por isso, a Noite dos Ancestrais é um momento de nos lembrarmos daqueles que se foram e habitam o Outro Mundo. É hora de honrarmos as pessoas que um dia amamos, deixando que elas nos visitem e comemorem conosco esse momento tão especial da Roda do Ano.
Samhain é o festival da morte e da alegria pela certeza do renascimento. O Deus morreu, e a Deusa, trazendo no ventre o seu amado, recolhe-se ao Mundo das Sombras para esperar o seu renascimento. Comemora-se aqui a ligação com os antepassados, com aqueles que já partiram e que um dia, como a natureza, renascerão. Os cristãos transformaram essa data no "Dia de Todos os Santos" e no "Dia de Finados", numa alusão supersticiosa a essa ligação.
É uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabbat é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo sumo de maçã. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza!
A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.
Yule - Solstício de Inverno(21 de Dezembro - Hemisfério Norte) e (21 de Junho - Hemisfério Sul)
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão (no Hemisfério Norte). Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como CRIANÇA PROMETIDA. Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria.
Este dia também é chamado Alban Arthuan (A Luz de Arthur), na tradição druida. É o tempo da morte e do renascimento. O Sol parece estar nos abandonando completamente, enquanto a noite mais longa chega até nós.
Coloque flores e frutos da época do altar. Os sinos são símbolos femininos de fertilidade, e anunciam os espíritos que possam estar presentes.
Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois esta é a antiga tradição "pagã", onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.
Imbolc ou Candlemmas - Festa do Fogo ou Noite de Brigit (01 de fevereiro - Hemisfério Norte) e (01 de Agosto - Hemisfério Sul)
Imbolc quer dizer: dentro do útero. O inverno ainda não foi embora, mas por baixo da neve a vida floresce e ganha força. As coisas não acontecem diante de nossos olhos, mas já estão lá, latente, pulsando, esperando o momento certo para vir à tona. A Deusa vagarosamente recupera-se do parto, e acorda sob a energia revigorante do Sol.
Esse é o também chamado Festival das Luzes, em que se acendem velas por toda a casa, mais especialmente nas janelas, para anunciar a vinda do Sol e mostrar ao menino Deus seu caminho.
Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial para nossa família e amigos. Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas.
Equinócio de Primavera - Ostara - Festa da Fertilidade(21 de Março - Hemisfério Norte) e (21 de Setembro - Hemisfério Sul)
Pela primeira vez no ano o dia e a noite se fazem iguais. É, portanto, uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta para ser plantada. É quando os Deus e Deusa se apaixonam, e deixam de ser mãe e filho. Nessa data, a semente da vida é semeada no ventre da Deusa, a Donzela revigorada e cheia de vida e alegria.
O Deus é devidamente armado para sair em sua viagem no mudo das trevas e reconquistá-lo, para que posteriormente a luz volte a reinar.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa.
Beltane – A Fogueira de Belenos – Casamento do Deus e da Deusa(01 de Maio - Hemisfério Norte) e (31 de Outubro ou 01 de Novembro - Hemisfério Sul)
Pronuncia-se Bioltuin (Be-All-Twin) É o festival do casamento entre o Deus e a Deusa, a Rainha de Maio, a Virgem.
Por ser uma data de cunho profundamente sensual, foi talvez uma das mais sincretizadas pela cristandade. Assim, as fogueiras de Beltane e o Maypole (mastro adornado com as fitas coloridas trançadas) tornaram-se as fogueiras e mastros das festas dos santos "casamenteiros" cristãos, bem como o mês de Maio foi consagrado à Virgem Maria e tido como benévolo aos casamentos. Na tradição antiga as pessoas não se casavam durante o Beltane, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.
BELTANE, em 01 de Novembro aqui no hemisfério sul, mas em 1o. de Maio nos países nórdicos berços do culto, representa a entrada do jovem Deus para a idade adulta. Incitados pelas energias da Natureza, pela força das sementes e flores que desabrocham, a Deusa e o Deus apaixonam-se. Nesta data são celebrados rituais de fertilidade e imensas fogueiras são acesas. As fogueiras de Beltane simbolizam o calor da paixão e a intensidade da interação entre a Deusa e o Deus, e a crescente fecundidade da Terra.
Belenos é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função.
Uma das mais belas tradições de Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses.
As Fogueiras de Beltane
Na antiga religião, antes da Igreja destruir este culto e transformá-lo no que se conhece como "bruxaria", os camponeses iam para os bosques de carvalhos à noite e acendiam enormes fogueiras para a Deusa o que tornou esta festividade conhecida como As Fogueiras de Beltane.
Nesta época, os princípios morais vigentes eram outros, a mulher era um ser livre e não havia o machismo como hoje se conhece. As sociedades eram matriarcais. Sendo assim, nesta noite de Beltane, as moças virgens e mesmo as casadas, iam para os bosques na celebração do que se chamava "O Gamo Rei" onde os rapazes copulavam com as moças sob a lua cheia guiados pelo instinto num ritual de fecundidade e vida.
As crianças que por ventura fossem geradas nesta noite eram consideradas especiais e normalmente as meninas viravam sacerdotisas e os meninos magos. O ritual era consagrado à Deusa para que esta trouxesse sempre boas colheitas através da fertilidade da terra. Embora o culto fosse predominantemente feminino, não se excluía, de forma alguma, o papel do Deus, pois, a essência de Beltane, sendo a fecundação, impunha sempre, a presença do feminino e masculino.
Sendo assim, no Beltane, os meninos tinham a sua cerimônia de passagem da adolescência para a maturidade. O rapaz personifica o Deus e a virgem, a Deusa. Na escolha de um rei, o rapaz veste a pele de um Gamo (um veado real) e desafia um gamo de verdade, o líder da manada, e luta com ele até a morte de um deles.
Se o rapaz for o vencedor, terá sido escolhido Rei representando o Deus, o Gamo Rei e terá uma noite com a Virgem que representa a Deusa onde um herdeiro será concebido. O novo herdeiro, um dia deverá disputar com o pai pelo trono. O Gamo Novo e o Gamo Velho...
O Rei Arthur passou por esta prova numa noite nas fogueiras de Beltane conforme o romance Brumas de Avalon.
Quando não era preciso escolher-se um rei, a luta com o gamo não era necessária e a tradição seguia apenas como uma representação ritual.
A tradição do Gamo Rei foi transformada, através dos tempos, e a imagem do gamo, em alguns cultos, substituída pela de qualquer animal que tivesse galhos ou chifres, sempre representando a divindade masculina do Deus que recebe os nomes de Galhudo, Cornélio, Cornudo e até mesmo Chifrudo sem ter qualquer conotação com o que a Igreja estabeleceu como "demônio do mal". Os galhos na antiguidade eram sinônimo de força e honra e não o que hoje significam.
Então, no 31 de outubro ou 01 de novembro, estaremos na Lua cheia, ao ar livre, recebendo o luar e longe de qualquer coisa feita pela mão do homem. Deveríamos fazer um círculo com pedras, ficar dentro dele e acender uma pequena fogueira. Este ritual de fertilidade vai promover mudanças na vida de todo aquele que entender o significado do Beltane. Na verdade é um louvor a Terra, à Natureza e à Mãe de todas as coisas. É uma data muito bonita e de grande significado.
Em Beltane nós nos abrimos para o Deus e a Deusa da Juventude. Não importa quanto velhos sejamos, em Beltane, sentimo-nos jovens novamente e nos unimos ao fogo da vitalidade e juventude e permitimos que esta vitalidade nos vivifique e cure.
Quando jovens talvez usássemos este tempo como uma oportunidade para conectar nossa sensualidade de um modo criativo e quando mais velhos esta conexão será obtida através da união dentro de nós mesmos, das nossas naturezas feminina e masculina. A integração entre nossos dois aspectos interiores, feminino e masculino, é o caminho da espiritualidade e Beltane representa o tempo onde podemos nos abrir amplamente para este trabalho permitindo que a natural união das polaridades ocorra naturalmente. Este é um trabalho essencialmente alquímico.
Litha - Midsummer - Solstício de Verão(21 de Junho - Hemisfério Norte) e (21 de Dezembro - Hemisfério Sul)
Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O Deus chega ao ponto máximo de seu poder. Este é o único Sabbat em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu poder mágico é muito grande.
É hora de pedirmos coragem, energia e saúde. Mas não devemos nos esquecer que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar.
Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão.
Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do Poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte.
Nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas. Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente com os pedidos no Caldeirão.
Na noite de Midsummer (o Solstício de Verão) fadas, duendes e toda a sorte de elementais correm pela terra, celebrando o fervor da vida. A data era comemorada nos tempos antigos geralmente com jogos e festivais. O corpo e o físico são reverenciados nesta data.
Lughnasadh ou Lammas - Festa da Colheita(01 de Agosto - Hemisfério Norte) e (01 de Fevereiro - Hemisfério Sul)
Lughnasadh era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é o Deus Sol.
Na Cultura Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho.
Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.
O outro nome do Sabbat é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os celtas faziam um pão comunitário, que era consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo.
O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida.
Este é o primeiro dos três Sabbats da colheita. O Deus já dominou o mundo das trevas, e agora passará por leves mudanças, seu poder declinando sutilmente com o passar dos dias. Por isso, o honramos, e agradecemos pela energia dispensada sobre as colheitas.
Mabon - Autumn - Equinócio de Outono(21 de Setembro - Hemisfério Norte) e (21 de Março - Hemisfério Sul)
Este é o segundo dos festivais da colheita (sendo Samhain o terceiro). A fraqueza do Deus já se faz sentir, e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto os estoques se enchem. Derrama-se leite sobre a terra para agradecer pela fertilidade e bondade da terra. Agora, nos fechamos, e nossos corações voltam-se para nós mesmos.
No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que amamos. Esta é a segunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas.
O Deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.
O período negro do ano se aproxima aos poucos. É uma data especial para evocarmos espíritos familiares, guardiões e antepassados para pedir sua ajuda e aconselhamento no período mais negro da Roda, que em pouco tempo se fará presente.

Estes festivais estão associados aos Ciclos da Terra. Como complemento, temos os festivais solares (solstícios e equinócios), perfazendo assim os oito pontos da Roda do Ano.
O estudo correto dos mitos associados a cada festival, seu simbolismo e sua linguagem mágica, faz com que tenhamos contato com seus significados mais profundos, trazendo assim a verdadeira compreensão dos mistérios.
Quando travamos contato íntimo com os mitos e lendas das deidades associadas a cada festival, percebemos que não é por acaso que o deus Lugh está associado ao período da colheita outonal, existem mil verdades a serem conhecidas por trás da vivência dos festivais.
A Celebração dos Festivais que compõem a Roda do Ano Celta resgata uma ancestral prática de Mistérios, a qual possibilita aos celebrantes a compreensão dos mais profundos significados de seu simbolismo.
Divindades

A Deusa foi a primeira divindade cultuada pelo homem pré-histórico. As suas inúmeras imagens encontradas em vários sítios históricos e arqueológicos do mundo inteiro representavam a fertilidade - da mulher e da Terra. Por ser a mulher a doadora da vida atribuiu-se à Fonte Criadora Universal a condição feminina e a Mãe Terra tornou-se o primeiro contato da raça humana com o divino.Mas afinal, quem é essa Deusa? Só o fato de termos que fazer essa pergunta demonstra o quanto nossa sociedade ocidental formada sob a égide da mitologia judaico-cristã se afastou de nossas origens. Fomos criados condicionados por uma cosmologia desprovida de símbolos do Sagrado Feminimo, a não ser Maria, Mãe Divina, que não tem os atributos divinos, que são reconhecidos apenas ao Pai e ao Filho e é substituida na Trindade pelo conceito de Espírito Santo. Maria é, quando muito, a intermediária para a atuação dos poderes do Deus... "peça à Mãe que o Filho concede..." Mas Maria não é a Deusa, senão um de seus aspectos mais aceitos pela sociedade patriarcal, de coadjuvante do Deus, reproduzindo o fenômeno social do patriarcado em que a mulher auxilia o homem, mas sempre lhe é inferior e, por isso, deve submeter-se à sua autoridade.Não somos feministas nem queremos partir para discursos feministas, mas tão somente constatar que a ausência de uma Deusa nas mitologias pós-cristãs se deve ao franco predomínio do patriarcado. Predomínio esse que nos trouxe, ao final do século XX, a uma sociedade norteada pelos valores da competição selvagem, da sobrevivência do mais forte, da violência ao invés da convivência, do predomínio da razão sobre a emoção. Mas a Deusa está ressurgindo. Desde a década de 60, reafirmando-se nas últimas, a descoberta da Terra como valor mais alto a preservar sob pena de não mais haver espécie humana fez decolar a consciência ecológica e o renascimento dos valores ligados à Deusa: a paz, a convivência na diversidade, a cultura, as artes, o respeito a outras formas de vida no planeta.Cultuar a Deusa hoje significa reconsagrar o Sagrado Feminino, curando, assim, a Terra e a essência humana. Quer sejamos homens ou mulheres, sabemos que nossa psique contém aspectos masculinos e femininos. Aceitar e respeitar a Deusa como polaridade complementar do Deus é o primeiro passo para a cura de nossa fragmentação dualística interior. A Deusa é cultuada como Mãe Terra, representando a plenitude da Terra, sua sacralidade. Sobre a Terra existimos e, ao fazê-lo, estamos pisando o corpo dela, aqui e agora, muito diferente da crença em um deus Onipotente e distante, que vive nos céus. A Deusa é a Terra que pisamos, nossos irmãos animais e plantas, a água que bebemos, o ar que respiramos, o fogo do centro dos vulcões, os rios, as cores do arco-íris, o meu corpo, o seu corpo... A Deusa está em todas as coisas... Ela é Aquela que Canta na Natureza... O Deus Cornífero seu consorte, segue sua música e é Aquele que Dança a Vida... Cultuar a Deusa não significa substituir o Deus ou rejeitá-lo. Ambos, Deus e Deusa são da mesma moeda, as duas faces do Todo. A Deusa é a criadora primordial, o Deus o primeiro criado, e sua dança conjunta e eterna, em espiral, representa a eterna dança da vida.A Deusa também é a Senhora da Lua e, mais uma vez, a explicação desse fato remonta às cavernas em que já vivemos. O homem pré-histórico desconhecia o papel do homem na reprodução, mas conhecia muito bem o papel da mulher. E ainda considerava a mulher envolta em uma aura mística, porque sangrava todo mês e não morria, ao passo que para qualquer dos homens sangrar significava morte. Portanto, a mulher devia ser muito poderosa, ainda mais que conhecia o "segredo" de ter bebês... É fácil entender porque a mulher era identificada com a Deusa, ou, melhor dizendo, porque a primeira divindade conhecida tinha que ter caracteres femininos... Ainda mais quando as pessoas descobriram que a gravidez durava 10 lunações e a colheita e o suceder das estações seguia um ciclo de 13 meses lunares. O primeiro calendário do homem pré-histórico foi mostrado nas mãos da famosa estatueta da Vênus de Laussel, que segura em sua mão um chifre em forma de crescente, com 13 talhos que representam as lunações. Por sua conexão com a Lua e a mulher, a Deusa é cultuada em 3 aspectos: a Donzela, que corresponde à Lua Crescente, a Mãe representada na Lua Cheia e a Anciã, simbolizada na Lua Decrescente, ou seja, Minguante e Nova.Na tradição da Deusa a Donzela é representada pela cor branca e significa os inícios, tudo o que vai crescer, o apogeu da juventude, as sementes plantadas que começam a germinar, a Primavera, os animais no cio e seu acasalamento. Ela e a Virgem, não só aquela que é fisicamente virgem, mas a mulher que se basta, independente e autosuficiente. Como Mãe a Deusa está em sua plenitude. Sua cor é o vermelho, sua época o verão. Significa abundância, proteção, procriação, nutrição, os animais parindo e amamentando, as espigas maduras, a prosperidade, a idade adulta. Ela é a Senhora da Vida, a face mais acolhedora da Deusa.Por fim, a Deusa é a Anciã, que é a Mulher Sábia, aquela que atingiu a menopausa e não mais verte seu sangue, tornando-se assim mais poderosa por isso. Simboliza a paciência, a sabedoria, a velhice, o anoitecer, a cor preta. A Anciã também é a Deusa em sua face Negra da Ceifeira, a Senhora da Morte. Aquela que precisa agir para que o eterno ciclo dos renascimentos seja perpetuado. Esta é o aspecto com que mais dificilmente nos conectamos, porém, a Senhora da Sombra, a Guardiã das Trevas e Condutora das Almas é essencial em nossos processos vitais. Que seria de nós se não existisse a morte? Não poderíamos renascer, recomeçar... Desta forma, é fácil compreendermos porque a Religião da Deusa postula a reencarnação. Se fazemos parte de um universo em constante mutação, que sentido haveria em crermos que somos os únicos a não participar do processo interminável da vida-morte-renascimento? Essa realidade existe no microcosmo do ciclo das estações, da colheita que tem que ser feita para que se reúnam as sementes e haja novo plantio.É justamente por isso que aqueles que seguem o Caminho da Deusa celebram a chamada Roda do Ano, constituida pelos 8 Sabbats que marcam a passagem das estações. Ao celebrar os Sabbats cremos que estamos ajudando no giro da Roda da Vida, participando assim de um processo de co-criação do mundo. Submeter-se à sua autoridade.Por tudo o que dissemos fica fácil entender porque os caminhos, cultos e tradições centrados na Deusa são religiões naturais, fundamentadas nos ciclos da natureza e no entendimento de seus elementos e ritmos. Estas práticas de magia natural usam a conexão e correlação dos elementos da natureza - Água, Terra, Fogo e Ar, as correspondências astrológicas (signos zodiacais, influências planetárias, dias e horários propícios, pedras minerais, plantas, essências, cores, sons) e a sintonia com os seres elementais (Devas Guardiões dos lugares, Gnomos, Silfos, Ondinas, Salamandras, Duendes e Fadas).

Wicca

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Bruxaria

A Natureza é o divino. Não se cultua um único deus, uma única deusa, ou obrigatoriamente qualquer divindade. Trata-se de uma celebração da Natureza e dos seus ciclos.
A Bruxaria é pagã. Quando dizemos pagão, estamos nos remetendo à origem do termo, que vem do latim paganus. Paganus significa "morador do campo" ou "aquele que vive do campo". Esse foi o termo usado pela Igreja Católica para classificar os povos que moravam no campo e celebravam as colheitas e os ciclos do Sol e da Lua, que não moravam nas cidades e não eram cristãos.
Vale lembrar que tais pessoas dependiam essencialmente da natureza para sobreviver. Assim, para eles era comum festejar uma colheita que vinha farta e trazia comida para todo o inverno, pois isso significava vida para eles. Esses povos não eram católicos nem cristãos, não por se oporem a essas religiões, mas por suas crenças serem milhares de anos mais antigas. Eram as crenças deles, apenas, e diferiam das crenças cristãs assim como o Budismo ou o Hinduísmo diferem. Para eles, a magia era real. Era a crença de que, se eles não fizessem determinado ritual, o sol não nasceria ou eles não conseguiriam caçar, por exemplo.
O termo "bruxaria" foi muito deturpado e até hoje é usado para definir qualquer ato contra a Igreja Católica ou feitiços realizados aleatoriamente por aí. Como você pode concluir, não se trata disso. Bruxaria é outra coisa e seus praticantes a levam muito a sério.
O Paganismo seria, então, o modo de viver dos povos pagãos, lembrando que usamos o termo pagão para classificar toda e qualquer pessoa que celebre a Natureza e seus ciclos. A Bruxaria é apenas uma das inúmeras vertentes pagãs. Temos também o Druidismo, o Xamanismo etc.
Como a Bruxaria se desenvolveu?
A Bruxaria desenvolveu-se em diversas culturas e diversas épocas ao redor do mundo.
Temos desde a Bruxaria na "Pré-História" (quando os homens desenhavam o animal nas cavernas achando que assim capturariam-lhe a alma antes da caçada e as mulheres maceravam ervas buscando a cura), passando pela Bruxaria na História Antiga (Grécia, Roma, Egito), a Bruxaria Medieval (uma transição fantástica e cruel entre a Antiga Religião e o Catolicismo, através das Inquisições), a Bruxaria nas sombras durante o Iluminismo e o renascimento da Bruxaria, no século XX. Como podem ver, é uma longa história.
O nascimento da Bruxaria Moderna através da Wicca
O nascimento da Bruxaria Moderna se deu na década de 1950, através de um bruxo inglês chamado Gerald Gardner. Na verdade, já existiam livros com algumas décadas de antecedência que abordavam o assunto, porém Gardner foi o cara que mostrou a Bruxaria para o mundo, e como ela tinha evoluído até então, mesmo estando nas sombras.
A maneira pela qual Gardner apresentou a Bruxaria ficou conhecida como Wicca, que virou sinônimo de Bruxaria Moderna. A Wicca é apenas uma forma de Bruxaria Moderna; a mais popular delas. Há outras formas de bruxaria.
A partir daí, a Bruxaria foi se popularizando e tendo cada vez mais adeptos, especialmente porque as pessoas viam nela uma forma de religiosidade totalmente diferente das religiões convencionais. Não que seja melhor ou pior, é apenas uma forma alternativa de religião.
O coven (grupo de bruxas/os) de Gardner se ramificou e, aos poucos, os praticantes foram se multiplicando. Era normal que surgissem novas tradições. A primeira tradição a surgir depois da Wicca Gardneriana foi a Tradição Alexandrina. Os rituais e liturgia eram semelhantes à gardneriana, com apenas algumas poucas diferenças características.
Então veio a década de 60 e o movimento hippie, com as pessoas descobrindo formas alternativas de viver, buscando uma interiorização maior e menor hipocrisia perante a sociedade e a si mesmos. A década de 70 trouxe o movimento feminista arrebatador, e a história da Wicca se modificaria para sempre...
Esses dois movimentos foram fundamentais para o desenvolvimento da Wicca nos anos seguintes, pois a partir daí vemos claramente uma divisão entre a Wicca de Gardner (gardneriana) e a Wicca misturada com o feminismo, o movimento hippie (new age) e algumas liberdades atribuídas à religião. Com o passar dos anos e a chegada da era da informação, tivemos (e ainda temos) uma série de influências chegando às práticas de Bruxaria atuais, e elas variam muito de pessoa para pessoa, visto que a Bruxaria pode ser praticada por uma pessoa sozinha.
Vamos resumir as coisas, então: a Bruxaria não é uma religião, mas um ofício, um conjunto de crenças pagãs. A Wicca, no entanto, aparece como a religião da Bruxaria, com rituais, divindades, dogmas e tudo o mais que uma religião tem direito. A Wicca surgiu com Gardner, porém, aos poucos, foi sendo modificada de acordo com as necessidades de seus praticantes, ou de quem queria ser praticante. Temos, distintamente, duas vertentes da Wicca: a Wicca Tradicional (gardneriana e alexandrina) e a Wicca Moderna (qualquer outra vertente que venha depois das duas citadas anteriormente). Ambas, apesar de serem Wicca, são bastante diferentes umas das outras; porém, a essência é a mesma. O que muda é a forma de fazer a coisa toda.
Fonte: Bruxaria.net
